Por onde o Romi-Isetta passa, todos param para olhar. Atrapalha o trânsito que é uma beleza, mas ninguém reclama. Muito pelo contrário: alguns cumprimentam o motorista, as crianças acenam e os velhinhos enchem os olhos. O carrinho, lançado em 1956, colocou o Brasil no mapa dos países fabricantes de automóveis. Mas logo após uma série de confusões políticas, teve sua produção encerrada em 1961, com cerca de 3 mil unidades produzidas.
O modelo avaliado data de 1959 e, apesar da idade, ainda se comporta como jovem. "Ano que vem ela faz 50 anos, vou dar a maior festa", afirma Luiz César Esteves, dono do Romi-Isetta. O proprietário afirma ter sucateado outros três modelos para montar este todo original, em impecável estado de conservação. "É um 'Frankenstein'. A única peça ilegítima é o parafuso da tampa do motor", revela César, que esqueceu a chave de fenda — e assim não pudemos conferir o propulsor.
Falando no motor, o do Romi-Isetta que dirigimos é um BMW (por isso os logotipos na carroceria) de quatro tempos monocilíndrico carburado de 298 cm3 e 13 cv de potência. O câmbio de quatro marchas mais a ré é um verdadeiro enigma para um leigo. Primeiro porque ele fica localizado do lado esquerdo da cabine, para evitar pancadas no joelho do passageiro ao lado; segundo porque a posição das marchas é totalmente contrária a de um carro atual.
Mas isso só aumenta a aura nostálgica que cerca o Romi-Isetta. O interior, acessado pela insólita porta frontal, acomoda duas pessoas, mas César revela já ter rodado com a esposa, duas filhas e o gato de estimação. Apesar de pequeno, o interior é confortável, mas o nível de ruído na cabine é estridente. Sem nenhum revestimento acústico, a cabine é invadida pelo ruído do motor no melhor estilo "moedor de cana em ritmo de feira agitada". É diversão garantida.
Sua medidas compactas e os 360 kg de peso bruto caíriam como uma luva nos tempos de caos urbano em que vivemos. Com 2,25 metros de comprimento e 1,34 de largura, o Romi-Isetta também é ótimo para estacionar. "Quando não consigo realizar a baliza, estaciono ele de frente mesmo", revela o dono. Apesar de pequeno, o carrinho não é muito bom em curvas. É preciso abrir um pouco mais a trajetória para depois fazer a curva, como em uma picape grande.
Na época do lançamento, a Romi garantia que o carro alcançava a velocidade máxima de 80 km/h e rodava cerca de 25 km com apenas um litro de combustível. É perfeito para o uso urbano, porém, atrás do volante a velocidade parece ser menor ainda. O velocímetro segue o mesmo padrão da alavanca de câmbio — é invertido —, e mostra a velocidade em sentido anti-horário.
Outra curiosidade do Romi-Isetta é a transmissão que envia diretamente a força do motor para as rodinhas aro 10’ traseiras, sem o uso de um eixo cardã. No lugar do alternador para carregar a bateria, há um dínamo de 130 W, equipamento comum em veículos dos anos 1950. O freio-de-mão debaixo do banco é uma atração à parte, mas nada prático.
Andar neste carro torna o motorista uma estrela, e foi justamente isso que causou sua ruína nos começo dos anos 1960. Sem a concessão de isenção fiscal para produção por parte do governo, que na época não classificava o Romi-Isetta como um "automóvel", o simpático carrinho teve o preço multiplicado por dois e acabou virando símbolo de status, tornando-se o veículo preferido de celebridades.
O modelo avaliado data de 1959 e, apesar da idade, ainda se comporta como jovem. "Ano que vem ela faz 50 anos, vou dar a maior festa", afirma Luiz César Esteves, dono do Romi-Isetta. O proprietário afirma ter sucateado outros três modelos para montar este todo original, em impecável estado de conservação. "É um 'Frankenstein'. A única peça ilegítima é o parafuso da tampa do motor", revela César, que esqueceu a chave de fenda — e assim não pudemos conferir o propulsor.
Falando no motor, o do Romi-Isetta que dirigimos é um BMW (por isso os logotipos na carroceria) de quatro tempos monocilíndrico carburado de 298 cm3 e 13 cv de potência. O câmbio de quatro marchas mais a ré é um verdadeiro enigma para um leigo. Primeiro porque ele fica localizado do lado esquerdo da cabine, para evitar pancadas no joelho do passageiro ao lado; segundo porque a posição das marchas é totalmente contrária a de um carro atual.
Mas isso só aumenta a aura nostálgica que cerca o Romi-Isetta. O interior, acessado pela insólita porta frontal, acomoda duas pessoas, mas César revela já ter rodado com a esposa, duas filhas e o gato de estimação. Apesar de pequeno, o interior é confortável, mas o nível de ruído na cabine é estridente. Sem nenhum revestimento acústico, a cabine é invadida pelo ruído do motor no melhor estilo "moedor de cana em ritmo de feira agitada". É diversão garantida.
Sua medidas compactas e os 360 kg de peso bruto caíriam como uma luva nos tempos de caos urbano em que vivemos. Com 2,25 metros de comprimento e 1,34 de largura, o Romi-Isetta também é ótimo para estacionar. "Quando não consigo realizar a baliza, estaciono ele de frente mesmo", revela o dono. Apesar de pequeno, o carrinho não é muito bom em curvas. É preciso abrir um pouco mais a trajetória para depois fazer a curva, como em uma picape grande.
Na época do lançamento, a Romi garantia que o carro alcançava a velocidade máxima de 80 km/h e rodava cerca de 25 km com apenas um litro de combustível. É perfeito para o uso urbano, porém, atrás do volante a velocidade parece ser menor ainda. O velocímetro segue o mesmo padrão da alavanca de câmbio — é invertido —, e mostra a velocidade em sentido anti-horário.
Outra curiosidade do Romi-Isetta é a transmissão que envia diretamente a força do motor para as rodinhas aro 10’ traseiras, sem o uso de um eixo cardã. No lugar do alternador para carregar a bateria, há um dínamo de 130 W, equipamento comum em veículos dos anos 1950. O freio-de-mão debaixo do banco é uma atração à parte, mas nada prático.
Andar neste carro torna o motorista uma estrela, e foi justamente isso que causou sua ruína nos começo dos anos 1960. Sem a concessão de isenção fiscal para produção por parte do governo, que na época não classificava o Romi-Isetta como um "automóvel", o simpático carrinho teve o preço multiplicado por dois e acabou virando símbolo de status, tornando-se o veículo preferido de celebridades.
Auto Esporte
3 comentários:
Num dia da primavera de 1957, ao sair do Restaurante Universitário em Porto Alegre, na época na Azenha, vi estacionado um Romi-Isetta. Então com 17 anos e já doido para dirigir, parei e esperei aparecer o dono, que rindo e atendendo meus emocionados apelos, me deixou "dar uma volta" que até hoje, aos 73 anos, ainda me emociona. Por quê a ROMI não recomeça a fabrica-la? Tudo leva a isso: trânsito louco, falta de espaço para estacionar, deslocamento rápido e seguro (muito mais que uma moto - tenho uma. Se tratada como um automóve (que não foi quando de sua produção) seria um veículo barato, ao abrigo de chuva, fácil de pilotar e nele poderiam ser aplicados(as) partes e peças modernas, na mecânica e na elétrica. Eu, sem dúvida, compraria uma, imediatamente.
nao entendi porque voce disse que atrapalha o transito,nao se passa de 60km nas cidades e um para para danado,como carro urbano caberia tranquilo nos dias de hoje.
Não, caro Márcio: ao contrário - eu ndisse que a ROMI deveria fabrica-la novamente pois "tudo leva a isso: trânsito louco, falta de espaço....seriam razões para voltar a fabricá-la. Ainda hoje, agora com 77 anos, (2016) compraria uma.
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