domingo, 21 de outubro de 2007

Renault Logan 1.6 16V Flex
















Durante os quase 600 quilômetros que esteve com a reportagem do AutoZ, o Logan, sedã compacto da Renault, recebeu elogios e críticas. Bom... isso não é nenhuma novidade, pois ninguém consegue agradar gregos e troianos. Mas o Logan, em especial, conseguiu acalorar a discussão do “compro; não compro... gosto; não gosto”. Em parte, a responsabilidade por esse “reboliço” está no fato de o carro ainda carregar o sabor de novidade, uma vez que foi lançado em julho. Pelas ruas, ainda que seu design não chame a atenção pela beleza das linhas, o sedã atraía muitos olhares curiosos.

Números que impressionam

O espaço é o ponto alto do carro e seu principal argumento de mercado. A primeira boa notícia do Logan é que sua distância entre-eixos é de 2,63 metros (excelente para o segmento). Para se ter uma idéia, este número coloca o Logan ao lado de veículos de uma categoria superior a sua, como Toyota Corolla (2,60 m), GM Astra Sedan (2,61 m) e VW Jetta (2,58 m). Se comparado com seus concorrentes diretos, o popular da Renault dispara na liderança: GM Classic e Prisma têm 2,44 m; Ford Fiesta Sedan mede 2,49 m e Fiat Siena 2.37 m. Ou seja, é um número para impor respeito e que, acima de tudo, contribui para que o carro atinja seus dois principais objetivos: espaço interno e porta-malas.

Agora... imagine uma família com cinco pessoas se preparando para viajar. O que fazer com tanta bagagem? Pode colocar tudo no porta-malas do Logan. A repórter do AutoZ não precisou utilizar bagagem de cinco pessoas, mas bastou todos os “apetrechos necessários” para viajar com duas crianças para sentir o “alívio” de ter um porta-malas como o do Logan: coube tudo e sobrou espaço. Com capacidade de 510 litros, o compartimento também é o maior da categoria sedã-compacto e só perde para o do VW Jetta (527 l), na categoria sedã-médio.

Por dentro, o espaço foi dimensionado para promover conforto. A reportagem constatou que, mesmo com dois assentos infantis instalados, caberia, tranqüilamente, mais uma pessoa. Feito possível em virtude da largura interna de 1,42 m para os ombros no branco traseiro. Contribuem para o “sucesso” em termos de espaço as demais dimensões do veículo: largura de 1,74 m (sem retrovisores); comprimento de 4,25 m e altura de 1,53 m.

Visual e ambiente interno

O desenho do Logan não é um primor, é verdade. Podemos dizer que a Renault preferiu sacrificar a forma em detrimento do conteúdo. Tudo foi pensado para ser, em primeiro lugar, funcional e não belo. Assim, alguns detalhes prejudicam o efeito estético do veículo. Exemplo são as dobradiças aparentes do capô, que dão um aspecto de mau acabado ao carro. Para fechar o porta-malas, a fábrica optou por utilizar dobradiças do tipo “pescoço de ganso”, que roubam espaço da bagagem. Outros detalhes são a emenda do chassi, também visível, e os vidros laterais, com curvatura mínima.

Por dentro, o acabamento é honesto para o propósito do sedã, sem deixar a desejar na qualidade. Há bastante plástico, mas de textura agradável (granulado), sem rebarbas e bem encaixados. No console central o toque de sofisticação fica a cargo do acabamento que imita alumínio. O painel de instrumentos oferece boa ergonomia, mas os comandos dos vidros elétricos poderiam estar nas portas e não no console. Outro senão é a localização do comando de ajuste elétrico dos retrovisores, embaixo da alavanca do freio de mão – local de difícil acesso e que obriga o motorista a desviar a atenção do trânsito.

Desempenho

Família acomodada, porta-malas quase lotado, ar-condicionado ligado e quase 200 quilômetros de estrada pela frente. A versão Privilège 1.6 16V, avaliada pelo AutoZ, mostrou que o carro dá conta do recado. Abastecido com gasolina, o propulsor atinge 107 cavalos de potência. Com álcool no tanque sobe para 112 cavalos. O conjunto rende bem, com desempenho adequado à proposta.

No final da viagem ficou a impressão de que o carro é agradável de dirigir, pois se mostrou estável nas curvas, com direção bastante precisa. Esses dois pontos contribuem, inclusive, para favorecer a sensação de segurança. Outro ponto elogiável do Logan é o bom acerto de sua suspensão. Ajudada, em parte, pela grande distância entre-eixos, ela absorve bem as irregularidades das ruas e proporciona um rodar suave em rodovias.

A direção hidráulica permite realizar manobras rápidas, mas também garante firmeza em alta velocidade. Durante o trânsito pesado, o câmbio dá as caras e exibe funcionamento com trocas suaves e engates precisos, facilitando a condução e impondo um gostoso ritmo ao percurso.

Já a visibilidade é prejudicada pelo tamanho dos espelhos retrovisores externos. Pequenos, eles possuem um campo de visão insuficiente para garantir segurança. O ponto neutro do Logan é sua média de consumo: num percurso de 60% cidade e 40% estrada, o número fechou em 7,5 km/l, abastecido com álcool.

Mercado

Com pouquíssimo tempo de mercado, o Logan já é considerado o ponto de impulsão da montadora. “O veículo chegou às concessionárias da marca na metade de julho e, em pouco mais de quinze dias, vendeu 1.215 unidades, superando as nossas expectativas para as semanas iniciais”, comenta Cássio Pagliarini, diretor de Marketing da Renault do Brasil.

O preço, associado aos atrativos racionais do carro, é o convite da montadora. A versão de entrada, Authentique, tem preço sugerido de R$ 27.990,00, enquanto a intermediária, Expression, sai por R$ 29.480,00 – ambas com motor 1.0 16V Hi-Flex. Já o modelo top, avaliado, tem preço sugerido de R$ 36.790,00.

Dois pontos valem à pena ressaltar no Logan. O primeiro é a garantia total de fábrica de três anos, limitada a 100 mil quilômetros, que pode refletir em mais tranqüilidade para o proprietário. O segundo é a boa classificação obtida pelo CESVI Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), que avalia o veículo quanto à facilidade e custo de reparabilidade. O Logan ficou com a melhor colocação, ou seja, possui reduzidos valores para reparos e manutenções.

Em resumo, o carro tem muitos atrativos para a família brasileira. Mas "se Narciso acha feio o que não é espelho" permita-se abrir as portas do Logan e conhecer suas “maravilhas” e seus “pecados” sob os olhos atentos do AutoZ.

As sete maravilhas do Logan:

1 - Distância entre-eixos de 2,63 m
2 - Porta-malas com 510 litros de capacidade
3 - Garantia de fábrica de três anos
4 - Espaço confortável para cinco ocupantes
5 - Menor custo de reparação da categoria
6 - Bom acabamento interno
7 - Suspensão

Os sete pecados do Logan:

1 - Design quadrado
2 - Retrovisores pequenos
3 - Má localização do comando elétrico dos retrovisores
4 - Má localização dos comandos dos vidros elétricos
5 - Dobradiças tipo “pescoço de ganso” no porta-malas
6 - Dobradiças aparentes no capô
7 -Emenda do chassi aparente
AutoZ

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